quinta-feira, 22 de março de 2012

Trio Calafrio - Os compositores de Zeca Pagodinho

"(Dona esponja já incorporou)
Já incorporou brahmará
Se alguém cantar pro seu santo subir
Vai perder o topete, vai, vai, vai
Dona esponja esculacha
Bebe mais de cinco caixas
Sem usar o toalete" 




Quem achou que essa canção é do Zeca Pagodinho se enganou. 


"Fiquei amarrado na sua blusinha", "Conflito", "Dona Encrenca", "Preservação das raízes", "Parabólica", "Mary Lu" e um dos grandes sucessos de Zeca Pagodinho, "Caviar", também foram compostas pelo Grande Trio Calafrio, formado por Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande e Marcos Diniz (irmão de Mauro Diniz e filho de Monarco da Portela).


Com letras bem divertidas e humoradas, o trio está sempre participando dos CD's de Zeca e de Arlindo Cruz - e até o saudoso Bezerra da Silva ja gravou canções deles. 


O Trio se credencia como um dos maiores grupos de samba do país.


Para quem não conhece, o nome Trio Calafrio foi dado por Zeca Pagodinho a três de seus principais compositores.




Link para download do CD do Trio Calafrio:

http://www.4shared.com/zip/f1ijhuZ8/Trio_Calafrio_-_Trio_Calafrio_.html 



MEMBROS


Barbeirinho do Jacarezinho


Carlos Roberto Ferreira César, nascido em 30/07/1950, residiu na favela do Jacarezinho no Rio de Janeiro, filho de pai barbeiro. É tocador de acordeon, cantor, compositor e cavaquinista renomado, e teve uma de suas primeiras canções (Aperta o Cinto) gravada por Bezerra da Silva no seu Disco Um punhado de Bambas.


Em 1992, sua composição "Fiquei amarrado na sua blusinha", em parceria com Rodi do Jacarezinho, foi gravada por Zeca Pagodinho no disco "Um dos poetas do samba", lançado pela RCA. No ano seguinte, Zeca Pagodinho interpretou "Cabelo no pão careca" (com Rodi) no disco "Alô, mundo", também pela RCA Victor.

No ano de 1996, suas composições "Conflito" e "Dona encrenca", ambas em parceria com Marcos Diniz, foram incluídas no CD "Deixa clarear", de Zeca.

Em 2000, Marquinhos de Oswaldo Cruz, no disco "Uma geografia popular", incluiu de sua autoria "Poderio de Oswaldo Cruz", em parceria com Maneco. Neste mesmo ano, Ernesto Píres, no CD "Novos quilombos", pela Rob Digital, interpretou de sua autoria "Sindicato do samba" e "Me quebrei na jogada", parcerias com Marcos Diniz e Luiz Grande. 



No ano seguinte, participou do disco "Quintal do Pagodinho", produzido por Rildo Hora. Neste CD, coletânea que reuniu alguns compositores preferidos de Zeca, muitos deles já gravados pelo próprio, participou interpretando "Por dezoito quilates e cinqüenta que morde", de sua autoria, novamente em parceria com Grande e Diniz. O disco foi lançado pela gravadora Universal Music.




Luiz Grande


Cantor e compositor, nasceu em Copacabana, filho de empregada doméstica. Ex-motorista de táxi, inicialmente foi da ala de compositores do Bloco Coração de Meninas, na zona portuária do Rio de Janeiro. Posteriormente, passou a integrar a ala de compositores da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, em Ramos.


Em 1976, Zedi gravou pela Tapecar o LP "Meu recado", no qual interpretou de sua autoria "Corcoviei". No ano seguinte, ao lado de Joãozinho da Pecadora, Casquinha da Portela, Anézio do Cavaco, Roque do Plá e Velha da Portela, participou do disco "Partido em 5 volume 3", no qual interpretou de sua autoria "Soltaram o bicho", "Se eu não corcoviasse". Neste mesmo ano, com o parceiro Joãozinho da Pecadora, interpretou de autoria de ambos "Sururu no bate bufo" no LP "Olé do partido alto volume 3". 


No ano de 1978, ao lado de Aniceto do Império, Baiano do Cabral, Nelson Cebola, Arielson da Bahia, Preto Rico e Dedé da Portela, participou do LP "Os bambas do partido alto", no qual interpretou de sua autoria "Casório mal sucedido", parceria com Joãozinho da Pecadora. Neste mesmo ano, João Nogueira, no disco "Vida boêmia", interpretou "Maria Rita", composição de sua autoria que alcançou grande sucesso. Ainda em 78, Janaína gravou no LP "Quem tem... tem" pela gravadora Polydor, "Tanto faz", parceria com Toninho Nascimento e Jurandir. 


No ano seguinte, "Amor de dois anos", de sua autoria, foi incluída no LP "Clube do samba", de João Nogueira. Neste mesmo ano de 79, no LP "No pagode", Beth Carvalho interpretou de sua autoria "Xô gafanhoto", em parceria com Ivan e Rubens da Mangueira.


Em 1980, no LP "Boca do povo", João Nogueira interpretou "A força do samba" e no ano seguinte "Meu dengo", no disco "O Homem dos quarernta", ambas composições de Luiz Grande. Outra composição sua, "Na boca do mato", em 1984, foi incluída no LP "Pelas terras do pau-brasil", de seu principal intérprete, João Nogueira.

No ano de 1985, o grupo Fundo de Quintal gravou de sua autoria "Minha alegria" no LP "Divina luz". No ano seguinte, sua composição "Malandro 100", parceria com João Nogueira foi interpretada pelo parceiro. 



No ano 2000, Zeca Pagodinho gravou "Preservação das raízes" (com Barbeirinho do Jacarezinho) no CD "Água da minha sede", pela gravadora Universal.  


Tendo canções gravadas também pelo Grupo Fundo de Quintal no Disco Divina Luz, cuja a canção gravada foi "Minha Alegria", ao lado de Nei Lopes, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Baianinho, Niltinho Tristeza, Casquinha, Zé Luiz, Nilton Campolino, Jair do Cavaquinho, Elton Medeiros, Monarco, Jurandir da Mangueira e Aluízio Machado, participou do show "Meninos do Rio", apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, foi lançado o CD homônimo, pelo selo Carioca Discos. 


Ainda em 2001, participou do disco "Quintal do Pagodinho", produzido por Rildo Hora. Neste CD, idealizado por Zeca Pagodinho, foram reunidos vários compositores preferidos do cantor, entre eles, Wilson das Neves, Efson, Zé Roberto, Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande, Dunga, Carlos Roberto, Maurição, Jorge Macarrão, Luizinho Toblow, Leandro Dimenor, Rixxah, Alamir e Octacílio da Mangueira. No disco foram gravadas duas composições de sua autoria: "Dezoito quilates e cinqüenta que mordem" e "Gargalhada da macaca", ambas em parcerias com Barbeirinho do Jacarezinho e Marcos Diniz.


Marcos Diniz


Filho do Grande Monarco da Portela e irmão de Mauro Diniz, já teve diversas canções gravadas por baluartes do samba. Faz parte da ala de compositores da Portela, tendo chegado na mesma na década de 80. Partideiro, versador nato e portelense, começou a compor com 12 anos.


 Marcos Diniz, que já passou por poucas e boas, conta um dos casos que certa vez protagonizou.
    
- Uma vez, eu tava no camarim do teatro Rival, tava dando um tempo pra me vestir pro show da família Diniz: eu, meu irmão Mauro, meu pai (Monarco) e minha sobrinha, Janaína Diniz – conta Marquinhos – Aí chegou um casal me procurando: “Marcos Diniz!”. Logo me apresentei, pensando que era autógrafo o que eles queriam. “Você tá preso!”. Enquanto eu perguntava por quê, o sujeito meteu as algemas nos meus pulsos e foi me levando.


Marquinhos foi parar na Quinta  D.P., numa cela superlotada. Tinha atrasado o depósito da pensão de uma de suas ex-mulheres. O manda-chuva da cadeia sinalizou querendo conversar com ele, mas a multidão impedia o encontro. Até que finalmente ele conseguiu chegar perto do chefão, que logo perguntou:
- Então quer dizer que tu é P.A.?
- É isso aí! – respondeu orgulhoso – Partido Alto é comigo mesmo.
- P.A. é pensão alimentícia, rapá! E eu não vou com os cornos dessa gente, morô? Tu quer matar seu filho de fome?
Mais tarde, ainda no xilindró, ele entrou num jogo de ronda e começou a se dar bem. O mesmo sujeito se aproximou e quis saber quanto ele tinha ganhado.
- E isso te interessa? É da sua conta? Não falo quanto eu ganhei nem pra minha mulher, por que eu vou falar pra você?- Marquinhos  respondeu, malcriado.
O pessoal da cela ficou bolado: “Como é que tu responde assim pra esse cara, Marquinhos? Sabe quem é ele? É o Márcio Linha Direta!”
O perigoso marginal era simplesmente o recordista de participação no dito cujo programa. Pra limpar a barra e salvar o pescoço, o sambista foi fazer uma média com o tal Márcio Linha Direta:
- Tá precisando de algum dinheiro emprestado? Qualquer coisa, é só falar comigo…
Em 2003, fundou o Trio Calafrio com os outros dois membros. Atualmente, faz shows com a Famíla Diniz e ainda compõe sambas na Portela.


Fonte:
Dicionário Cravo Albin de Música



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