sábado, 24 de março de 2012

Especial Velhas-Guardas: Xangô da Mangueira


Vamos começar aqui uma série sobre compositores das velhas-guardas das principais escolas de samba do Rio de Janeiro. Para começar, ninguém melhor que o grande Xangô, que levou a Mangueira a sete títulos do carnaval.

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Olivério Ferreira, conhecido como Xangô da Mangueira, era mestre do partido-alto, jongueiro, calangueiro, improvisador e versador.


Nasceu no bairro do Estácio, segundo alguns pesquisadores, e no bairro do Rio Comprido, segundo outros. Nos anos 30, foi próximo de Paulo da Portela, um dos fundadores da escola, mas em 1939, aos 16 anos de idade, ingressou no Grêmio Recreativo e Estação Primeira de Mangueira, após ter passado em um teste de improvisador. Lá atuou como diretor de harmonia e integrante da ala dos compositores. Até 1951, foi o puxador oficial de sambas-enredo da escola, passando depois o posto a Jamelão. A Mangueira foi sete vezes campeã do carnaval carioca sob sua direção.

Embora tenha uma obra comparável a de personagens como Cartola e Nelson Cavaquinho, ele ainda não penetrou naqueles círculos de admiração nos quais artistas populares são "descobertos" por setores intelectuais de classe média. Mesmo que seu trabalho seja, há muito, reconhecido aos bem entendidos de samba, não é muito lembrado para uma outra parte do público que aprecia o samba de raiz e o partido-alto (nem os que se dizem mangueirenses de coração). A carreira em disco, iniciada nos anos 70, nunca foi tão bem-sucedida quanto, por exemplo, a de Martinho da Vila, cuja influência de Xangô é visível em vários sambas e calangos. Mesmo não tendo o devido reconhecimento, a obra musical de Xangô reúne cerca de 150 composições, muitas gravadas por ele mesmo em um compacto e em quatro discos lançados somente em vinil nos anos 70 e começo dos anos 80. Além de seus próprios discos, existem ainda as várias participações em coletâneas e tributos a outros artistas.

Autor de obras como “Mulher da Melhor Qualidade”, “Se o Pagode É Partido”, “Quando Eu Vim de Minas” e “Moro na Roça”, em 1991 integrou a nova formação da Velha-Guarda da Mangueira. Neste mesmo ano, participou do show de lançamento do grupo na boate People, no Rio de Janeiro, que teve como madrinha Beth Carvalho.

Veio a falecer em 7/1/2009, às vésperas de seu aniversário de 86 anos, no hospital do Irajá.



Link para download do disco de Xangô da Mangueira: 


Fonte: Dicionário Cravo Albin de música

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