CD e DVD do sambista foi gravado em Cuba Diogo Nogueira lançou seu novo disco, "Ao vivo em Cuba", projeto registrado em CD e DVD que já está nas lojas de todo o Brasil.
Além do bom e tradicional samba, Diogo também investiu na salsa - ritmo cubano - e na introdução do medley de "Mineira" e "Samba de Arerê". O sambista fez uma levada de Santería que deu um charme a mais nas canções. Arriscou-se também a cantar em espanhol a canção "El quarto de tula",com a banda cubana Los Van Van.
O repertório ainda conta com sambas bem conhecidos como "O Que É, O Que É" (Gonzaguinha), "Coração em Desalinho" (Monarco/Ratinho), "Deixa a Vida me Levar" (Eri do Cais/ Serginho Meriti), "Vou Festejar" (Jorge Aragão/ Neoci Dias/ Dida) e "Acreditar" (Dona Ivone Lara/ Delcio Carvalho).
Como fez em seus dois discos anteriores, Diogo também gravou uma canção de Chico Buarque em parceria com Djavan, "Tanta saudade", que anteriormente foi gravada por Ana Carolina e Seu Jorge. Incluiu também em seu repertório "Que maravilha", canção de Toquinho e Jorge Ben em ritmo caribenho. O DVD tem, além do show, um mini-documentário com o passeio de Diogo por Havana.
Ouça o disco "Ao vivo em Cuba":
http://www.sambaderaiz.net/ao-vivo-em-cuba-diogo-nogueira/
Pra rapaziada aí que curte um samba de qualidade, vamos à agenda do samba pro final de semana:
SEXTA FEIRA
Roda de Samba da Pedra do Sal -
Como chegar: fácil. Não tem o Largo São Francisco da Prainha, onde tem a roda dos Escravos da Mauá? Então, pegue a rua à esquerda do Largo (rua, não o beco), siga em frente e vire à esquerda. O samba acontece aos pés do morro da conceição.
Hoje o samba esquenta com o Grupo Samba de Lei. Entrada franca.
No Beco do Rato, na Lapa, também tem um tradicional samba que rola religiosamente todos os dias, e hoje, claro, não podia deixar de ter. O endereço é Rua Joaquim Silva, n° 11, próximo ao ponto final do ônibus 350. O couvert custa R$ 7,00.
SÁBADO
Evento realizado todo 1° sábado do mês, a roda de samba na comunidade Santa Marta, em Botafogo, é uma das rodas mais charmosas da cidade. No mirante Michael Jackson, com vista para o por do sol, foi batizada de "Pôr do Santa". A roda contará também com feijoada e, é claro, cerveja à venda. Como chegar: pode-se subir através da Estação 4 do Plano Inclinado (bonde), ou subir o morro a pé (não é perigoso com alguém que saiba o caminho, e também não é muito longe). Começa às 16h e a entrada é gratuita.
Outra samba bem tradicional da cidade é o samba do Renascença. O mestre Nei Lopes comemora seus 70 anos neste sábado, 01/09, no clube de mesmo nome. Ele será o convidado especial da roda comandada por Renato Milagres. O Rena fica na Rua Barão de São Francisco, 54 - Andaraí (perto do supermercado Guanabara). Ingressos a R$ 20,00. Das 18 às 22 horas.
Também no sábado é dia da tradicional Feijoada da Portela. O evento, realizado todo primeiro sábado do mês na quadra da escola de samba, contará com participação especial de Reinaldo, o "Príncipe do Pagode".
Domingo, como todos sabem, é dia de Caciquear. O samba mais tradicional da Zona Norte rola todos os domingos, começando às 14h, e quem comanda a roda também é Renatinho Partideiro.
O cacique fica na Rua Uranos n° 1326, em frente ao supermercado Prezunic.
O tradicional Pagode da Tia Doca também rola aos domingos, comandado por Nem, filho da saudosa pastora Tia Doca da Portela.
O endereço é Rua João Vicente, 219 - Madureira. O preço geralmente é R$ 10,00.
SEGUNDA FEIRA
Pra quem é amante do samba, segunda-feira também é dia. E pra quem curte um sambinha depois do trabalho, o Samba do Trabalhador é excelente escolha.
Comandada pelo compositor Moacyr Luz, costuma receber convidados especiais. O evento já lançou CD e DVD mostrando os artistas que lá se apresentam.
A roda começa às 16h30, acaba às 21h e é bem legal antes de encher com o pessoal saindo do trabalho.
Endereço: Rua Barão de São Francisco, 54 (próximo ao supermercado Guanabara) - Andaraí.
Preço: R$ 10,00 para homens e R$ 7,00 para mulheres.
E segunda também é dia de Pedra do Sal. O samba começa 19h e vai até às 23h. A proposta desse samba é resgatar a tradição que havia em torno do Morro da Conceição. A entrada é franca.
Sambista é ex-parceiro de Arlindo Cruz e fundador do Fundo de Quintal
E hoje é aniversário de um grande sambista do nosso país: Montgomery Ferreira Nunis,o popular Sombrinha,que além de cantar e compor é um músico de primeira - cavaquinista, bandolinista e violonista.
Começou sua carreira cedo como autodidata - teve sua iniciação musical em um violão de 7 cordas nas rodas de choro organizadas por seu pai - e aos 18 se profissionalizou e gravou com Baden Powell e Originais do Samba. Foi um dos fundadores do Grupo Fundo de Quintal, do qual fez parte até o começo da década de 90. Após a saída do grupo, lançou dois discos solo, "Sombrinha" e "Pintura na tela". Os discos não obtiveram o sucesso esperado e permaneceram esquecidos por grande parte do mundo do samba.
Com o insucesso dos dois discos solo, fez dupla com seu fiel parceiro Arlindo Cruz, que ao seu lado compôs mais de 100 sambas. Pérolas como O show tem que continuar, Alto lá, Seja sambista também e Malandro sou eu, dentre muitas outras. Não se sabe até hoje qual foi o motivo da separação da dupla, mas ambos seguiram seus caminhos bem sucedidos no mundo do samba. Após o fim da dupla em 2003, Sombrinha lançou o disco solo "Derramando alegria". Todas as canções do disco são de sua autoria com parceiros como Luiz Carlos da Vila e Rubens Gordinho. O disco ainda conta com participações de Diogo Nogueira, Gabriel O Pensador e Alcione. Fica aqui a homenagem do Samba da Fonte ao grande músico, cantor e compositor Sombrinha.
Cantor e compositor carioca da Vila da Penha, Moyseis Marques lançou seu terceiro álbum Pra Desengomar em Janeiro de 2012,um disco totalmente autoral que também recebe convidados como Ana Costa (em Um Samba de Amor), Áurea Martins (em Como o Cravo Quer a Rosa, samba composto em tributo à cantora diplomada na noite carioca), Leila Pinheiro (em Bicho do Mato) eMoacyr Luz (Meu Canto É pra Valer, com participação do próprio Luz) . É uma das caras novas do Samba que traz parcerias de compositores da nova cena carioca como Edu Krieger e Alfredo Del Penho. Iniciou sua carreira passando por grupos como Casuarina e o grupo forró na contramão o qual iniciou sua carreira profissional. Em 2007 lançou seu primeiro disco solo "Moyseis Marques" e de lá pra cá não parou mais. Incentivado pelo Grande Bamba Luis Carlos da Vila que é seu conterrâneo de bairro, Moyseis traz consigo uma marca bem interessante do verdadeiro samba e influências de ritmos como o Forró que fica explícito na faixa "Xodó de Lamparina". Ouvir Disco : http://www.sambaderaiz.net/pra-desengomar-moyseis-marques/
E mais um disco de Samba saindo do forno, Fred Camacho outra revelação do Samba carioca lança seu trabalho no ano de 2012 com um Cd recheado de composições de sua autoria e com parceiros. O disco ainda conta com as participações de Arlindo Cruz, Dudu Nobre e Zeca Pagodinho. Com o banjo com uma de suas marcas registradas, Fred Camacho começou a se integrar no mundo do Samba subindo o morro do Salgueiro para tocar tamborim e logo após fazendo parte da bateria da escola à convite de Louro irmão de Almir Guineto.
Filho de uma advogada e um contador, crescido na Praça Saens Peña, na Tijuca, Fred Camacho não se encaixa nos estereótipos ainda associados aos sambistas. É, no entanto, uma das principais revelações do samba, chegando agora, aos 34 anos e com mais de 60 composições gravadas. Em entrevista ao Jornal O Globo Arlindo Cruz diz:
— Como já estou com quase 600 músicas gravadas, o Fred funciona como oxigênio para mim. Ele é até ansioso, porque quer compor muito. É um dos meus principais parceiros.
e Nei Lopes referenda :
— Considero o Fred o maior expoente do Salgueiro depois do Almir Guineto — exalta Nei, também autor da letra de "Formiga sem asa", música do disco.
Vamos dar continuidade ao especial sobre compositores das velhas-guardas das escolas mais importantes, ainda com a Mangueira e um de seus fundadores.
Carlos Moreira de Castro, mais conhecido como Carlos Cachaça, nascido e criado no Morro da Mangueira veio ao mundo em 03/08 /1902, e foi cantor e compositor
gravado por artistas como Paulinho da Viola e Aracy de Almeida.
O pseudônimo "Cachaça" surgiu em uma das reuniões
na casa do tenente Couto (do Corpo de Bombeiros), na qual estavam presentes três
Carlos. Para diferenciá-lo, o anfitrião sugeriu "Cachaça", bebida
preferida do compositor, na época com 17 anos.
Em 1922, conheceu Cartola, com quem mais tarde comporia
diversos clássicos como
“Não Quero Mais Amar a
Ninguém”,"Quem Me Vê Sorrindo" .
Em 1925, junto com Cartola, Marcelino José Claudino,
Francisco Ribeiro e Saturnino Gonçalves, fundou o Bloco dos Arengueiros, que
mais tarde deu origem à Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, da qual
também foi um dos fundadores, participando de todas as reuniões preliminares
sem, contudo, comparecer à reunião de fundação por estar de serviço.
No carnaval de 1929, a Mangueira desfilou com
um de seus sambas em parceria com Cartola “Chega de Demanda”, ficando em 2°
lugar.
Em 1932 a escola chegou ao seu
1° título com o samba "Pudesse meu ideal", feito em outra parceria com
Cartola. No ano seguinte, 1933,
a Mangueira desfilou com outro samba de sua autoria,
"Homenagem", que se tornou o primeiro samba-enredo a mencionar
personagens da História do Brasil.
Apesar de não estar no
patamar dos grandes mestres do samba, em 1976 gravou seu único disco, tendo
assinado todas as músicas com seu parceiro mais constante, Cartola.
Em 1998, antes de falecer,
fez seu último desfile pela Mangueira. Já debilitado em uma cadeira de rodas,
presenciou a escola sagrar-se campeã com o enredo "Chico Buarque da
Mangueira", desfilando ao lado do homenageado, que o beijou repetidas vezes.
Cachaça era o único fundador vivo da Mangueira até então, e faleceu em 16 de agosto de 1999.
Vamos começar aqui uma série sobre compositores das velhas-guardas das principais escolas de samba do Rio de Janeiro. Para começar, ninguém melhor que o grande Xangô, que levou a Mangueira a sete títulos do carnaval.
***
Olivério Ferreira, conhecido como Xangô da Mangueira, era mestre do partido-alto, jongueiro, calangueiro, improvisador e versador.
Nasceu no bairro do Estácio, segundo alguns
pesquisadores, e no bairro do Rio Comprido, segundo outros.Nos anos
30, foi próximo de Paulo da Portela, um dos fundadores da escola, mas em 1939, aos 16 anos de idade, ingressou no Grêmio Recreativo e Estação Primeira de
Mangueira, após ter passado em um teste de improvisador. Lá atuou como diretor
de harmonia e integrante da ala dos compositores.Até 1951, foi o puxador oficial de sambas-enredo da escola, passando depois o posto a Jamelão.A Mangueira foi sete vezes campeã
do carnaval carioca sob sua direção.
Embora tenha uma obra
comparável a de personagens como Cartola e Nelson Cavaquinho, ele ainda não
penetrou naqueles círculos de admiração nos quais artistas populares são
"descobertos" por setores intelectuais de classe média. Mesmo que seu
trabalho seja, há muito, reconhecido aos bem entendidos de samba, não é muito lembrado para uma outra
parte do público que aprecia o samba de raiz e o partido-alto (nem
os que se dizem mangueirenses de coração). A carreira em disco, iniciada nos
anos 70, nunca foi tão bem-sucedida quanto, por exemplo, a de Martinho da Vila,
cuja influência de Xangô é visível em vários sambas e calangos. Mesmo não tendo
o devido reconhecimento, a obra musical de Xangô reúne cerca de 150
composições, muitas gravadas por ele mesmo em um compacto e em quatro discos
lançados somente em vinil nos anos 70 e começo dos anos 80. Além de seus
próprios discos, existem ainda as várias participações em coletâneas e tributos
a outros artistas.
Autor de obras como “Mulher da Melhor Qualidade”, “Se o Pagode É Partido”, “Quando Eu Vim de Minas” e “Moro
na Roça”, em 1991 integrou a nova formação da Velha-Guarda da Mangueira. Neste
mesmo ano, participou do show de lançamento do grupo na boate People, no Rio de
Janeiro, que teve como madrinha Beth Carvalho.
Veio a falecer em 7/1/2009, às vésperas de seu aniversário de 86 anos, no hospital do Irajá.
Link para download do disco de Xangô da Mangueira:
"(Dona esponja já incorporou) Já incorporou brahmará Se alguém cantar pro seu santo subir Vai perder o topete, vai, vai, vai Dona esponja esculacha Bebe mais de cinco caixas Sem usar o toalete"
Quem achou que essa canção é do Zeca Pagodinho se enganou.
"Fiquei amarrado na sua blusinha", "Conflito", "Dona Encrenca", "Preservação das raízes", "Parabólica", "Mary Lu" e um dos grandes sucessos de Zeca Pagodinho, "Caviar", também foram compostas pelo Grande Trio Calafrio, formado por Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande e Marcos Diniz (irmão de Mauro Diniz e filho de Monarco da Portela).
Com letras bem divertidas e humoradas, o trio está sempre participando dos CD's de Zeca e de Arlindo Cruz - e até o saudoso Bezerra da Silva ja gravou canções deles.
O Trio se credencia como um dos maiores grupos de samba do país.
Para quem não conhece, o nome Trio Calafrio foi dado por Zeca Pagodinho a três de seus principais compositores.
Carlos Roberto Ferreira César, nascido em 30/07/1950, residiu na favela do Jacarezinho no Rio de Janeiro, filho de pai barbeiro. É tocador de acordeon, cantor, compositor e cavaquinista renomado, e teve uma de suas primeiras canções (Aperta o Cinto) gravada por Bezerra da Silva no seu Disco Um punhado de Bambas.
Em 1992, sua composição "Fiquei amarrado na sua blusinha", em parceria com Rodi do Jacarezinho, foi gravada por Zeca Pagodinho no disco "Um dos poetas do samba", lançado pela RCA. No ano seguinte, Zeca Pagodinho interpretou "Cabelo no pão careca" (com Rodi) no disco "Alô, mundo", também pela RCA Victor.
No ano de 1996, suas composições "Conflito" e "Dona encrenca", ambas em parceria com Marcos Diniz, foram incluídas no CD "Deixa clarear", de Zeca.
Em 2000, Marquinhos de Oswaldo Cruz, no disco "Uma geografia popular", incluiu de sua autoria "Poderio de Oswaldo Cruz", em parceria com Maneco. Neste mesmo ano, Ernesto Píres, no CD "Novos quilombos", pela Rob Digital, interpretou de sua autoria "Sindicato do samba" e "Me quebrei na jogada", parcerias com Marcos Diniz e Luiz Grande.
No ano seguinte, participou do disco "Quintal do Pagodinho", produzido por Rildo Hora. Neste CD, coletânea que reuniu alguns compositores preferidos de Zeca, muitos deles já gravados pelo próprio, participou interpretando "Por dezoito quilates e cinqüenta que morde", de sua autoria, novamente em parceria com Grande e Diniz. O disco foi lançado pela gravadora Universal Music.
Luiz Grande
Cantor e compositor, nasceu em Copacabana, filho de empregada doméstica. Ex-motorista de táxi, inicialmente foi da ala de compositores do Bloco Coração de Meninas, na zona portuária do Rio de Janeiro. Posteriormente, passou a integrar a ala de compositores da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, em Ramos.
Em 1976, Zedi gravou pela Tapecar o LP "Meu recado", no qual interpretou de sua autoria "Corcoviei". No ano seguinte, ao lado de Joãozinho da Pecadora, Casquinha da Portela, Anézio do Cavaco, Roque do Plá e Velha da Portela, participou do disco "Partido em 5 volume 3", no qual interpretou de sua autoria "Soltaram o bicho", "Se eu não corcoviasse". Neste mesmo ano, com o parceiro Joãozinho da Pecadora, interpretou de autoria de ambos "Sururu no bate bufo" no LP "Olé do partido alto volume 3".
No ano de 1978, ao lado de Aniceto do Império, Baiano do Cabral, Nelson Cebola, Arielson da Bahia, Preto Rico e Dedé da Portela, participou do LP "Os bambas do partido alto", no qual interpretou de sua autoria "Casório mal sucedido", parceria com Joãozinho da Pecadora. Neste mesmo ano, João Nogueira, no disco "Vida boêmia", interpretou "Maria Rita", composição de sua autoria que alcançou grande sucesso. Ainda em 78, Janaína gravou no LP "Quem tem... tem" pela gravadora Polydor, "Tanto faz", parceria com Toninho Nascimento e Jurandir.
No ano seguinte, "Amor de dois anos", de sua autoria, foi incluída no LP "Clube do samba", de João Nogueira. Neste mesmo ano de 79, no LP "No pagode", Beth Carvalho interpretou de sua autoria "Xô gafanhoto", em parceria com Ivan e Rubens da Mangueira.
Em 1980, no LP "Boca do povo", João Nogueira interpretou "A força do samba" e no ano seguinte "Meu dengo", no disco "O Homem dos quarernta", ambas composições de Luiz Grande. Outra composição sua, "Na boca do mato", em 1984, foi incluída no LP "Pelas terras do pau-brasil", de seu principal intérprete, João Nogueira.
No ano de 1985, o grupo Fundo de Quintal gravou de sua autoria "Minha alegria" no LP "Divina luz". No ano seguinte, sua composição "Malandro 100", parceria com João Nogueira foi interpretada pelo parceiro.
No ano 2000, Zeca Pagodinho gravou "Preservação das raízes" (com Barbeirinho do Jacarezinho) no CD "Água da minha sede", pela gravadora Universal.
Tendo canções gravadas também pelo Grupo Fundo de Quintal no Disco Divina Luz, cuja a canção gravada foi "Minha Alegria", ao lado de Nei Lopes, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Baianinho, Niltinho Tristeza, Casquinha, Zé Luiz, Nilton Campolino, Jair do Cavaquinho, Elton Medeiros, Monarco, Jurandir da Mangueira e Aluízio Machado, participou do show "Meninos do Rio", apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, foi lançado o CD homônimo, pelo selo Carioca Discos.
Ainda em 2001, participou do disco "Quintal do Pagodinho", produzido por Rildo Hora. Neste CD, idealizado por Zeca Pagodinho, foram reunidos vários compositores preferidos do cantor, entre eles, Wilson das Neves, Efson, Zé Roberto, Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande, Dunga, Carlos Roberto, Maurição, Jorge Macarrão, Luizinho Toblow, Leandro Dimenor, Rixxah, Alamir e Octacílio da Mangueira. No disco foram gravadas duas composições de sua autoria: "Dezoito quilates e cinqüenta que mordem" e "Gargalhada da macaca", ambas em parcerias com Barbeirinho do Jacarezinho e Marcos Diniz.
Marcos Diniz
Filho do Grande Monarco da Portela e irmão de Mauro Diniz, já teve diversas canções gravadas por baluartes do samba. Faz parte da ala de compositores da Portela, tendo chegado na mesma na década de 80. Partideiro, versador nato e portelense, começou a compor com 12 anos.
Marcos Diniz, que já passou por poucas e boas, conta um dos casos que certa vez protagonizou. - Uma vez, eu tava no camarim do teatro Rival, tava dando um tempo pra me vestir pro show da família Diniz: eu, meu irmão Mauro, meu pai (Monarco) e minha sobrinha, Janaína Diniz – conta Marquinhos – Aí chegou um casal me procurando: “Marcos Diniz!”. Logo me apresentei, pensando que era autógrafo o que eles queriam. “Você tá preso!”. Enquanto eu perguntava por quê, o sujeito meteu as algemas nos meus pulsos e foi me levando.
Marquinhos foi parar na Quinta D.P., numa cela superlotada. Tinha atrasado o depósito da pensão de uma de suas ex-mulheres. O manda-chuva da cadeia sinalizou querendo conversar com ele, mas a multidão impedia o encontro. Até que finalmente ele conseguiu chegar perto do chefão, que logo perguntou:
- Então quer dizer que tu é P.A.?
- É isso aí! – respondeu orgulhoso – Partido Alto é comigo mesmo.
- P.A. é pensão alimentícia, rapá! E eu não vou com os cornos dessa gente, morô? Tu quer matar seu filho de fome?
Mais tarde, ainda no xilindró, ele entrou num jogo de ronda e começou a se dar bem. O mesmo sujeito se aproximou e quis saber quanto ele tinha ganhado.
- E isso te interessa? É da sua conta? Não falo quanto eu ganhei nem pra minha mulher, por que eu vou falar pra você?- Marquinhos respondeu, malcriado.
O pessoal da cela ficou bolado: “Como é que tu responde assim pra esse cara, Marquinhos? Sabe quem é ele? É o Márcio Linha Direta!”
O perigoso marginal era simplesmente o recordista de participação no dito cujo programa. Pra limpar a barra e salvar o pescoço, o sambista foi fazer uma média com o tal Márcio Linha Direta:
- Tá precisando de algum dinheiro emprestado? Qualquer coisa, é só falar comigo…
Em 2003, fundou o Trio Calafrio com os outros dois membros. Atualmente, faz shows com a Famíla Diniz e ainda compõe sambas na Portela.
O ano de 2012 acaba de começar, e para o samba é um ano de grandes comemorações. Mestres do samba chegariam ao centenário se estivessem vivos.
Em março, o grande Aniceto do Império, um dos maiores partideiros que já existiu no Brasil, é um dos que completaria 100 anos.
Nascido em 11/03/1912, Aniceto de Menezes e Silva Junior foi um dos maiores versadores das rodas de samba do Rio de Janeiro. Ficou muito conhecido por sua luta a favor do Partido Alto como forma de tradição. Sobre ele declarou Dona Ivone Lara na capa do disco "Partido alto nota 10": "Quem ouve Aniceto cantar um partido alto, não esquece sua raiz. É nosso professor. Pra mim ele é um parente".
Criado no Candomblé, Aniceto contava em seus partidos a vida do negro no Brasil em sua época, e até mesmo nos tempos da escravidão. Tinha um espírito de liderança que o levou a ser um dos líderes dos estivadores do Cais do Porto, onde trabalhou e lutou por melhores condições para sua gente.
Ao lado de outros bambas como Silas de Oliveira, Sebastião Molequinho, Tio Hélio e Mestre Fuleiro, foi fundador do Império Serrano em 1947. Apesar de estar intimamente ligado à escola, não gostava de compor sambas enredo - gostava mesmo era de um bom partido alto. Embora não tocasse instrumentos de sopro e nem de corda e não chegasse a ser um percussionista, era capaz de fazer ritmo no pandeiro para se acompanhar.
Sua grande qualidade consistia em coreografar o jongo e em improvisar versos de partido-alto, apesar de não se julgar um bom jongueiro. Em compensação, tinha consciência de ser partideiro imbatível, considerado como tal por todos. Inspirado nos pontos de demanda do jongo,desenvolveu um tipo especial departido, dialogado entre o solista e a roda - provavelmente criação sua, já que não se tem notícia da existência de outros exemplos que não os cantados por ele.
Em 1984, pela gravadora CID, lançou o LP "Partido alto nota 10", no qual contou com diversas participações especiais: João Nogueira na faixa "Entrevista";Dona Ivone Lara em "Quem é teu pai";Clementina de Jesus na música "Dona Maria Luiza"; Martinho da Vila em "Desaforo", Roberto Ribeiro na faixa "Chega devagar" e Zezé Motta na música"Ginga de Yaiá", todas de sua autoria.
No disco. também interpretou outras de sua autoria, como "Partido alto", "É fogo", "Difícil", "Quando louvar partideiro", "És partideiro" e "Mulher na presidência". Na capa do disco, João Nogueira declarou: "Aniceto é a memória brilhante, viva e atuante da música popular brasileira".